sábado, 1 de setembro de 2018

2º Semestre de 2018


Boa tarde amiguinhos.
Como vocês estão?
E no fim das contas, agosto foi embora, pela primeira vez na história da humanidade, foi tão rápido que nem deu tempo de ter reclamações bobas no face rs.
Mas sei lá, sabem?
Esse segundo semestre de 2018 esta sendo do caralho pra mim.
Perdi minha avó...
Ontem a noite eu estava pensando se algum dia a culpa que sinto pela morte dela vai passar.
Se eu não tivesse dormido tanto nas aulas da faculdade, saberia ver algum sintoma, algum sinal...
Se eu não tivesse tão viciado em trabalho, teria insistido mais sobre as consultas que ela tinha...
Se eu não tivesse tão focado na minha luta contra mim mesmo, eu teria notado as mudanças...
Se eu não fosse um molenga, eu teria visitado ela em sua última semana com vida no hospital...
Eu sei, é muito "se eu...", mas são todos "se" reais.
Talvez algum dia passe.
Um primo disse que com o tempo vira uma saudade "gostosa", deve ser aquele tipo de saudade que dói, mas não machuca a ponto de jogar a gente no chão, que a gente lembra da pessoa com muito carinho, que a gente consiga focar só nas lembranças boas.
Uma outra amiga disse que com o tempo vai ficando mais "fácil", talvez ela esteja falando da aceitação, aceitar que ela não esta mais conosco e que é preciso seguir em frente.
Quando ficamos sozinhos lá no velório enquanto os outros foram trocar de roupa, eu senti que era o único momento que teríamos a sós (e foi...) e pedi desculpas por tudo, absolutamente por tudo, senti que eu precisava fazer isso, mas o "alívio" foi só por algumas horas, os primeiros dias talvez, porque continua pesando em mim, ta certo o que minha prima disse, que mesmo se ela tivesse sobrevivido eu nunca contaria nada pra ela, mas sei lá, não foi como eu pensei.
E não pedi desculpas só por não ter sido o neto que ela imaginou, mas por não ter chegado a tempo.
Estava tão distraído com as coisas da vida que não escutei quando deram a largada da corrida, não escutei os "pedidos de socorro", quando o estalo de "ei acorde, é real" veio, já era tarde demais, por mais que eu corresse com todas as minhas forças, eu nunca chegaria a tempo, era tarde demais.
Mesmo tirando minhas férias para ficar com ela no hospital, cuidando dela, as vezes dormindo com ela, não foi suficiente, nada foi.
Mas espero que ela tenha mesmo encontrado Deus, de verdade mesmo, mulher mais devota a ele do que ela, não conheço.
Espero mesmo que ela tenha encontrado a paz, que exista mesmo um paraíso onde todos possam viver sem todo o desgosto que o homem criou na terra, espero de coração, que ela tenha encontrado o que tanto procurava.

E meus amigos, eu sei que é chato pra caralho fazer exames, mas façam!
É chato pra caralho passar no médico, mas vão!
Façam check up, façam todos os exames, façam o que tem que fazer e ponto final.
Porque a saúde é rara, o ser humano tem o péssimo hábito de só ir atrás quando sente que ela esta comprometida, começar a se cuidar quando sente que esta perdendo ela e não precisa ser assim, não pode ser assim.
A vida é uma só, é esse momento, é o agora.
Você não sabe se estará vivo a noite, você não sabe se estará vivo a semana que vem ou mês que vem.
Você não sabe se estará vivo no natal ou no ano novo.
Nós não sabemos de nada, nós podemos fazer nossas escolhas e é nosso dever lidar com as consequências de cada uma delas.
Por exemplo, eu fumo, eu sei que causa Câncer, mas eu continuo fumando, porque eu gosto, me acalma e eu sei que futuramente, essa minha escolha, pode gerar uma conta muito mais alta do que eu posso pagar, o preço pode ser minha saúde, minha vida, mas como adulto é preciso saber lidar, para cada cigarro que ascendo, é uma escolha, uma consequência que virá na conta, mas eu sei disso e vou lidar como um adulto com isso e você? Esta certo das suas decisões? As consequências valerão apena?

A boa notícia do segundo semestre, é que completei 7 anos de ESPN.
Comecei em uma salinha que nem janela tinha, com alguns colegas que saíram e entraram da minha vida e daquela sala durante os primeiros anos, mas um colega que estava lá e esta até hoje, que virou um grande amigo, o Dario.
Ele ajudou a me soltar, a fazer amizades, a saber brincar com as pessoas e aceitar brincadeiras.
Ele me ajudou em muitas coisas, que se for pra fala de todas elas aqui, eu ficaria digitando até amanhã. Esta ai uma pessoa que serei eternamente grato.

Aprendi muitas coisas lá e continuo aprendendo, graças a Deus.
O conhecimento é um alimento que nunca acaba.
Ganhei parceiros, amigos, colegas, amo aquele lugar.

Sempre gosto de contar da história da minha entrevista.
Foi quando conheci a Lívia, uma mulher extraordinária, que tenho um carinho e uma gratidão enorme por ela. Na minha primeira entrevista foi só com ela e eu me lembro de que eu tinha treinado muito no dia anterior, estava pronto, eu tinha certeza disso e quando sentei na cadeira na frente dela, parecia que eu não sabia nem meu nome, ela foi a primeira pessoa que me deixou tão a vontade em uma entrevista de emprego, me lembro dela dizendo que só queria me conhecer um pouco, me lembro de pensar "Melhor não, eu to tentando até hoje e não entendi nada ainda." rs.
Falei um pouco, não consigo lembrar detalhes, sei que passei na primeira etapa.
A segunda foi com ela, uma outra mulher, da empresa que me trouxe, o Erik que era do RH também, a Patrícia, minha antiga chefe, não lembro se tinha mais gente, galera, me da um desconto, foi há 7 anos atrás, mal lembro o que fiz ontem!
Lembro que respondi as coisas com muito humor, muita gracinha e piadinha.
Lembro que o Erik ainda brincou que eu tinha perdido um ponto por ser corintiano.
E quando a entrevista terminou, pensei, puta merda, certeza que estou fora, não me custava nada ser mais sério, mas eu estava extremamente nervoso, eu queria muito aquele emprego, por um lado, para provar para as pessoas de casa de que eu era capaz de ter um emprego registrado, por outro lado, queria saber como era trabalhar em uma emissora de televisão e também pelo salário né rs.
Lembro que a Lívia me levou até a recepção, havia perguntado para ela quantas vagas eram, ela disse que só uma, eu pensei, caramba, vou ter que começar esse lance de entrevistas tudo de novo, mas valeu a experiência, alguns dias depois, recebi uma ligação, a vaga era minha.
O QUEEEEEEE????? COMO ASSIM, BRASIL?
O idiota que respondeu as perguntas com humor e fez gracinha na entrevista final conseguiu a vaga?
Era alguma brincadeira de péssimo gosto? Piadinha do ano? Não, eu tinha conseguido!
Rapaz...
E nossa, no meu primeiro ano eu morria de medo de ser mandado embora, eu tinha mais medo disso do que de morrer rs.
E toda vez que minha chefe chegava perto, eu só faltava me cagar de tanto medo.
Cometi muitos erros, mas também acertei e fiz bons gols.
Pensar que 7 anos se passaram e ainda estou lá...UAU!
Espero que Deus me permita ficar mais alguns lá, porque de gostar de trabalhar lá, virou estar apaixonado por trabalhar lá, então, ir trabalhar, é um prazer pra mim, fico até de mal humor quando chega sexta-feira rs.

E tem outra coisa também, serei muito vago sobre esse assunto, mas é preciso citar, porque ele faz parte do 2º semestre de 2018, do lado ruim, claro, mas faz parte.
Algo aconteceu e algumas pessoas foram advertidas por isso, essas pessoas acreditam que a culpa é minha de ter acontecido, mas não é, não vou ficar me justificando, não vou mais atrás tentar conversar com elas para mostrar que não é o que estão pensando, não vou me humilhar, minha consciência está tranquila.
Mas me deixou muito decepcionado, que fui julgado e excluído de um dia para o outro, que apontaram o dedo para mim, com a certeza do mundo dizendo que foi eu, mesmo sabendo que o outro lado da história ainda não tinha sido revelada já me culpavam, bom, agora que é tarde demais, o outro lado nunca será revelado, até porque a história esta caindo no esquecimento daqueles que estavam prontos para a grande luta, mas existia uma pessoa em questão que me decepcionou mais ainda por acreditar nas palavras que outros gritavam me acusando.
Mas não tem problema não, a verdade sempre aparece, a justiça tarda mas não falha.
E com isso aprendi, do jeito mais difícil, que nem todos aqueles que pensamos que são amigos, realmente são e nem todos aqueles que pensamos que são simples colegas, são apenas simples colegas, são aqueles que deveriam ser considerados amigos.
É como eu disse uma vez, a vida é um eterno aprendizado.
É hora de seguir em frente, colocar o ponto final e apenas ir, sem olhar para trás.

E por fim, um ultimo assunto:
A claro tem me ligado para voltar a ser cliente de celular depois de uma puta palhaçada que fizeram comigo e todas as vezes que ligavam obviamente eu atendia já vestido da personagem Priscila, porque é o nome que esta lá ainda e todas as vezes eles falavam que iam ligar depois para falar com ela porque não acreditavam que eu "era" ela e isso me irritava muito, porque além de ter que vestir a personagem, eu estava percebendo, sem conseguir acreditar direito, que por telefone, eu já não estava mais conseguindo dar vida a personagem e isso dava um pouco de medo, porque eu não saberia, na verdade, não sei, se isso pode de alguma maneira me prejudicar em lugares que ainda estou como Priscila. Mais tarde no mesmo dia a Sky ligou, pela centésima vez no mês, também para convencer a gente de voltar a ser cliente de TV, depois de uma puta palhaçada que fizeram com a gente, operadoras tem essa fama e não é a toa né?
Irritado com o que tinha acontecido mais cedo, nem vesti a personagem, falei: Aqui é O FILHO dela, pode falar comigo mesmo porque sou eu quem pagava as suas faturas...
Deu medo também, não sei se porque depois da ligação pensei que eles poderiam ligar no celular da minha mãe e falar "falamos com o seu filho mais cedo..." e ela não esta exatamente pronta pra isso ou se foi medo de ter dado mais um passo pra frente o tal do auto sabotagem que tanto me falam.

Sei que achei que quando minha avó não estive mais conosco, que fique claro que nunca desejei a morte dela, eu me sentiria livre, os elefantes sentados nas minhas costas iriam embora, os gritos dentro da mente calariam e os fantasmas sumiriam, porque eu viveria sem medo de magoa-la, sem medo dela descobrir o que não poderia entender.
Nada aconteceu, a porta da prisão esta aberta, mas ainda não consigo sair e não sei porque.
Sei que me da raiva toda vez que um parente me chama de Priscila, antes eles faziam isso porque eu havia pedido, em respeito a minha avó, agora não sei porque continuam fazendo.
Só sei que a única pessoa que eu simplesmente não me importo que me chame por esse nome e que me trate no feminino é minha mãe.
É diferente para mãe.
Mãe carregou na barriga por meses.
Acordava de madrugada para cuidar quando eu estava chorando.
Amamentou, cuidou, tentou ao máximo proteger das desgraças da humanidade.
Mãe é parceira, é anjo, esta sempre conosco.
Mãe é mãe, não tem jeito.
Mãe se preocupa até quando você esta resfriado, quando você quebra um braço.
Eu já tenho 32 anos e ela ainda me fala de manhã pra levar blusa que vai esfriar.
Eu ainda aviso quando vou chegar um pouco mais tarde em casa.
Mãe é um laço eterno que temos que não deve romper nunca.
Sem falar em tantos outros detalhes que eu passaria uma vida inteira digitando.
Minha mãe é a pessoa mais importante em toda a minha vida pra mim.
É a pessoa que eu mais amo desde que me conheço por gente e sempre vou amar.
Então, se ela me tratar no feminino até o fim, tudo bem.
Se ela continuar me chamando de Priscila, tudo bem também.
Agora os outros, a vontade é sentar a mão na orelha toda vez que vem com pronomes femininos e nome de registro.

Não tenho vergonha de quem fui.
A Priscila sempre vai fazer parte da minha história, não vou mata-la.
Não vou nega-la.
Ela não esta morrendo.
Eu que estou recomeçando, a gente esta apenas trocando de lugar.
Eu era um personagem que só podia viver no escurinho.
Personagem na verdade sempre foi a Pri, mas uma personagem que sempre vai viver dentro de mim com muito carinho e amor e não vou deixa-la presa no porão, sempre vai ter algo em mim que vão fazer vocês lembrarem dela.

Mas preciso viver.
Preciso me deixar viver.
Preciso encontrar a paz.
Preciso ser eu.
Esta me fazendo mal já, não no sentindo de me deixando doente.
Mas esta me deixando num cansaço psicológico que não tenho aguentado mais e não sei mais quanto tempo vou aguentar.
Porque preciso pensar.

Em casa tenho que falar no feminino, sou a Priscila e tenho a voz mais fina.
No trabalho, fora de casa e com os amigos, sou quem sou e com a voz normal, não digo que ela é grossa, porque não é, mas também não tão fina como eu tento deixar quando estou em casa.
Mas também preciso ter paciência, não é uma guerra que se ganha da noite pro dia, mas é que venho lutando a tanto tempo que cansa, lembro de um dia nessa semana ter pensado em desistir por estar cansado demais, ai lembrei que eu não posso desistir agora que cheguei até aqui, mas que é difícil é.
Enfim...

Termino deixando um agradecimento novamente, para as pessoas que surpreenderam ao aparecerem no velório da minha avó.
Beatriz de Paiva e sua mãe.
A mãe e o irmão do tio toninho.
A Elizabeth e o Roberto, amigos antigos da minha mãe.
A família do meu amigo Pablo.

Agradeço ao Luciano, marido da minha tia que não só ajudou a trocar o corpo da minha avó como esteve conosco em momentos importantes, ao Pablo que ficou com a gente por um bom tempo ajudando no que podia.

A verdade é que muitas pessoas ajudaram muito.
Algumas me surpreenderam com a sua grandeza.
Outras me decepcionaram muito, tanto que prefiro não citar nomes, não só família, como amigos também e amigos muito próximos que hoje já não são mais amigos.

E por hoje é só isso meus amigos.
Deus abençoe vocês.

E lembrem-se: A saúde é rara e a vida é só uma.

Um abraço,

Pedro.

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