sexta-feira, 22 de setembro de 2017

De tudo um pouco...


Boa noite amiguinhos.
Vamos falar de alguns assuntos de uma vez só.

Hoje fui em um evento da empresa focado na diversidade no futebol.
Foi muito legal, o tanto de gente que apareceu, me surpreendeu.
A presença de algumas pessoas me surpreendeu.
Teve até transmissão ao vivo pelo Facebook que a Cacau fez.
Tivemos a apresentadora da ESPN no bate papo, junto com 3 pessoas muito bacanas da diversidade.
Para quem quiser assistir, segue o link, recomendo muito assistirem.


Eu não tenho muita coisa para dizer pq tudo o que tinha que ser dito, esta ai, no vídeo.
Mas deixo um grande abraço pro Kaue que insistiu mais que banco quando quer q a gente aceita cartão de crédito rs, ainda bem q ele insistiu tanto, pq amei ir.

Um abraço para o Roger e Cacau que fizeram tudo isso acontecer.
A Gabi que apresentou o programa hoje.
A cada um do Equal (grupo de diversidade da empresa).
A Clara Gomes que falou sobre as consequências das brincadeiras de cada um.
Ao Raphael que representou a transexualidade de um jeito maravilhoso e aos outros que também estavam lá, cada um brilhou do seu jeito.
SE e eu disse SE eu não fosse TÃO TÍMIDO, teria levantado e compartilhado um pouco da minha história também, mas a timidez me venceu, mas nem por isso deixei de gostar de estar lá.
Foi um dia muito importante para mim e assistindo aquelas pessoas, em cada palavra dita, em cada gesto, cada emoção, percebi que as pessoas, principalmente eles, tem uma força muito maior do que a minha, quando olhei pro Raphael vi um grande guerreiro, ele sim, vcs podem chamar de guerreiro e ter orgulho, um cara que batalhou e só parou quando venceu, não deixou as merdas do mundo ficarem no seu caminho, ele é o cara.
Não to me fazendo de vítima não, eu tenho muita coisa ainda pela frente, um caminho enorme pra trilhar, uma batalha enorme pra vencer e eu realmente acho que os outros tem o triplo da minha força e isso é muito bom.

Agora, mudando um pouco de assunto...
A novela!
Hoje o Ivan tentou usar o banheiro masculino de um shopping, acabou que não usando, pelo medo de apanhar dos caras preconceituosos que começaram com as piadinhas logo que ele entrou no banheiro.
A única vez que eu entrei no banheiro masculino em publico, foi no banheiro de uma padaria, que eu estava super bêbado, mas muito mesmo e só tinha um cara lá dentro, antes mesmo que ele pudesse falar qualquer coisa, eu já logo falei "Não enche meu saco não, eu sou homem também, tenho peitos, mas sou tão homem quanto você." ele só riu e saiu do banheiro, eu não sou capaz nem de descrever como cara era de tão bêbado que eu estava, lembro que passei o final de semana inteirinho passando mal da ressaca maldita rs.
Depois disso, nunca mais pisei em um banheiro masculino e estava certo de que nunca mais pisaria, pq eu nem sei quando vou conseguir fazer a cirurgia dos peitos ou tomar hormônios, pq pra mim, além da falta de $$, é mais complicado pq sou hipertenso e por algum motivo que não sei explicar, nessas duas últimas semanas minha pressão tem subido sem algum motivo aparente, então...
Talvez, eu nunca chegarei lá, mas quando eu olho para os garotos como o Raphael, o Gael, o Kaleb e outros, vejo que eles venceram e chegaram lá, é suficiente pra mim, toda vez que eu vejo um trans q não deixou essa merda de mundo vencer, é suficiente pra mim.

Agora outra coisa.


Joyce.
Lembram do capitulo de ontem? Caramba!
O tanto que a Joyce sofreu, chorou, foi de partir o coração.
Me deu desespero, quase que não fiquei na sala pra terminar de ver a novela.
É bom mostrarem que mãe também sofre, que não é toda mãe que consegue entender e acima de tudo que para a mãe, ou melhor, para os pais também é um aprendizado, tanto pra eles quanto para nós e volto a repetir, nós tivemos o nosso tempo para entender as coisas, eles também devem ter.
Graças ao bom Deus minha mãe hoje entende, mas sinceramente, passamos por uns sufoco que eu achei que esse dia nunca chegaria, que eu morreria antes de tanta tristeza, mas acabamos que conseguimos dar a volta por cima, nós não conversamos sobre isso, ela não me chama pelo nome social, muito menos de filho, mas nós estamos bem agora, estamos em uma fase de completa paz e isso é maravilhoso e tenho aproveitado o máximo que dá.
Então, o meu recado para os meus amigos que estão com uma Joyce da vida no momento, é que aguentem firme, se minha mãe, que é evangélica de carteirinha conseguiu superar, a mãe de vocês também vai conseguir.

Agora outro e último assunto da noite rs.
Não lembro que dia dessa semana fui dar carona para uma amiga até o trabalho e pro meu azar, minha avó pediu carona até o médico nesse mesmo dia e mesmo horário, as duas dentro do mesmo carro não era coisa boa, pq essa minha amiga já me chama pelo nome social e minha avó não sabe sobre isso e a Carol acabou deixando escapar "Pedro" na frente da minha avó que por sorte não se tocou que ela estava se referindo a mim.
Por isso que evito de trazer amigos em casa, eu lutei tanto para que eles me vissem como o homem que sou, que respeitassem meu nome social, que agora, eu simplesmente não posso e não quero que eles tenham que me tratar como mulher dentro de casa por causa da minha avó, simples assim.
Ai como conheço minha avó, o drama, em pessoa, mandei mensagem para a minha mãe avisando que sem querer a Carol deu um fora no carro, pois foi que mais tarde minha mãe me respondeu dizendo que tudo bem, que minha avó não falou e nem perguntou nada, nos primeiros momentos pensei "ufa!" e um tempo depois pensei "Se ela tivesse se tocado, minha tortura de viver suas identidades teria finalmente chegado ao fim", ai minha mãe disse que as coisas devem acontecer naturalmente, eu entendo isso, entendo mesmo, mas as vezes bate uma ansiedade que tenho até medo de não conseguir me controlar.
Só sei que quando ela finalmente souber, vou querer uma tatuagem nova, marcando o fim da guerra.
Acho que só quem passa por algo semelhante é que consegue entender.
Tô ficando velho já, mas ainda me resta algumas porcentagens de paciência, quem sabe...

Enfim, é só isso por hoje, estou com muito sono e preciso dormir, que infelizmente, amanhã é sábado e para quem me conhece sabe que eu odeio finais de semana rs.

Um abraço a todos.

PD.


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