A força do querer.
Atualmente a nova novela das 21h, A força do querer, vai abordar o tema transexualidade, espero eu, que abertamente em todos os seus sentidos.
Me machuca um pouco ver essa novela, porque atualmente, a personagem Trans (veja foto acima, interpretada pela Carol) Ivana esta perdida e a incompreensão da mãe não facilita nada para a moça e a verdade é que tudo o que ela esta passando eu já passei também e é um pouco dificil de ficar relembrando dos maus bocados que passei até aqui.
Para quem esta acompanhando a novela, já viu que o relacionamento mãe e filha não esta indo nada bem. Assim foi o meu com a minha mãe também.
Ela esta passando por duvidas, não esta conseguindo compreender o que esta acontecendo, não tem noção ainda do que esta por vir, não se descobriu transexual.
E verdade seja dita, ai vem um duro caminho pela frente. A mãe chora dizendo que faria qualquer coisa pela filha e a filha tentando explicar o que diabos esta acontecendo, mas as palavras não saem como deveriam.
Ai hoje A Ivana observou de longe sua mãe conversando com a empregada da casa e a noiva do seu irmão sobre o casamento que já tem data marcada. Isso me fez lembrar que a vida inteira sempre evitei em ir em casamentos, justamente para ter que evitar ser obrigado a usar vestidos, saia ou qualquer tipo de roupa exclusiva do sexo feminino. Não me sentia bem, não me sinto e acredito que não sentirei em um futuro distante e como minha familia não sabia sobre eu ser transexual, seria dificil demais ter que explicar, sabendo que para cada coisa eles fazem uma novela mexicana e eu não tenho paciencia para lidar com esse tipo de coisa, então, sempre fiquei de fora desses eventos. Não sei como a Ivana vai lidar com isso, mas acredito que ela será obrigada a ir ao casamento e pior ainda, obrigada a usar uma roupa que não combina com o sexo da alma dela. Isso é horrível, vocês não tem noção da dor que é todos os dias que vc levanta e tem que se comportar ou viver de uma maneira contraria daquilo que você acredita.
Lembro de uma vez quando a amiga da minha mãe me maquiou, eu não queria, mas ela insistiu tanto que perdi a guerra e ela me maquiou e ao terminar disse que eu estava linda, mas havia mais duas pessoas no local que me conheciam de verdade e falaram que eu nao estava gostando nda daquilo e a amiga da minha mãe ignorou dizendo que eu havia adorado. Gente... Eu nem conseguia sorrir. Juro!
Eu nunca gostei dessas coisas femininas e quando fazia esses tipos de coisas contra a minha vontade, era sempre para animar a pessoa mais importante em toda a minha vida: Minha mãe.
Mas não dava muito certo, porque todas as vezes que eu escolhia a felicidade dela, eu ficava tão mal por dentro que parecia que minha alma estava morrendo aos poucos.
Sei lá, acho que as pessoas deveriam ser muito mais do que livres para ser quem quiserem ser. Mas cresci, amadureci e agora a regra é simples. Se eu não puder ir vestido de terno ou alguma roupa masculina, referente ao sexo da minha alma, eu não vou.
Depois de 29 anos fazendo tudo para me encaixar em uma sociedade maldita do caralho, chega né, hora de começar a impor as minhas regras se quiserem minha presença, se não quiserem, basta avisar, vai me poupar muito meu tempo e eu agradecerei por isso com certeza.
Ainda bem que ninguém nunca me chamou para ser padrinho de casamento, porque certamente o preconceito deles colocariam meu nome na lista de madrinhas e me enfiariam em um vestido, que provavelmente, teria cor de chamar atenção, outra coisa que eu não gosto, quando mais fico invisível aos olhos do ser humano, melhor.
Bom, vamos ver no que essa novela vai dar. Quem sabe, do jeitinho certo, ela não abre a mente das pessoas que não usam o cérebro e só sabem julgar.
Vamos torcer amiguinhos.
Esperança é a última que morre.
Abraços.
Tio P.
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